Perante a Oração
André Luiz
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TRUTH BOOK. Urântia. Harold Copping. O Senhor ensinando a orar. |
André Luiz
Proferir a prece inicial e a prece final nas reuniões doutrinárias,
facilitando-se, dessa forma,
a ligação com os Benfeitores da Vida Maior.
A prece entrelaça os Espíritos.
▮▮▮▮▮
Quanto possível,
abandonar as fórmulas decoradas e a leitura maquinal das “preces prontas”,
e viver preferentemente as expressões criadas de improviso,
em plena emotividade, na exaltação da própria fé.
Há diferença fundamental entre orar e declamar.
▮▮▮▮▮
Abster-se de repetir em voz alta
as preces que são proferidas por amigos outros
nas reuniões doutrinárias.
A oração, acima de tudo, é sentimento.
▮▮▮▮▮
Prevenir-se contra a afetação e o exibicionismo
ao proferir essa ou aquela prece,
adotando concisão e espontaneidade em todas elas,
para que não se façam veículo de intenções especiosas.
Fervor dalma, luz na prece.
▮▮▮▮▮
Durante os colóquios da fé,
recordar todos aqueles a quem tenhamos melindrado ou ferido,
ainda mesmo inconscientemente, rogando-lhes,
em silêncio e a distância,
o necessário perdão de nossas faltas.
Os resultados da oração,
quanto os resultados do amor, são ilimitados.
▮▮▮▮▮
Cancelar as solicitações incessantes de benefícios para si mesmo,
centralizando o pensamento na intercessão
em favor dos menos felizes.
Quem ora em favor dos outros, ajuda a si próprio.
▮▮▮▮▮
Controlar a modulação da voz nas preces públicas,
para fugir à teatralidade e à convenção.
O sentimento é tudo.
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A Oração nas Reuniões Religiosas,
e Mais Além
Heliana Staut

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Heliana Staut
Estendamos o entendimento das palavras de André Luiz à totalidade da vida cotidiana, tanto quanto às demais atividades da casa espírita ou religiosa, não somente em relação à reunião doutrinária espírita. Pois a nossa "ligação" com os Benfeitores Espirituais, bem como com Jesus Nosso Mestre e Maria Santíssima, necessita ser entendida por nós como o existir ideal de nossas vidas, o viver diário não por alguns minutos, mas sempre. Somente assim estaremos mais próximos da vivência evangélica proposta por Jesus Cristo, pois essa vivência é a sintonia da vida espiritual superior da qual permanecemos desvinculados diariamente influenciados pela ilusão da vida material, que obviamente é materialista:
"Proferir a prece inicial e a prece final nas reuniões doutrinárias, facilitando-se, dessa forma, a ligação com os Benfeitores da Vida Maior.
A prece entrelaça os Espíritos."
Necessitamos ser sensíveis ao mundo celeste, sendo esta maneira de existir o possibilitador do nosso eu interno para a percepção natural e despretensiosa ou pretensiosa da presença espiritual superior. Essa sensibilidade se dá, claro, por meio da mente e do coração que precisam ser acionados por nós nos possibilitando fazer de nossas vidas uma prece verdadeira, é pois a expressão da nossa realidade interior, é o ser, o existir espiritual nessa faixa vibracional de modo constante. É o exato caminho, a trilha, de ligação com o Mundo Maior a que tanto Jesus Cristo nos chamava em seu tempo por meio de Suas tão Altas lições evangélicas, e que até hoje Jesus Cristo nos chama por meio dos Benfeitores Espirituais, reprisando sempre as Suas lições. Reparemos portanto que a oração não é somente aquela formada por palavras e intensões, mas também aquela que se expressa pelo silêncio interno, ou seja, com a ausência de palavras e pensamentos, observando com a nossa alma, com o nosso coração, que só procura captar, haurir, as sintonizações Superiores do Espaço e do Cosmos, e dos Seres Superiores, estabelecendo assim a ligação espiritual, e traduzindo neste estado de sensibilidade o que sairá do nosso foro íntimo por meio do pensamento como oração verbalizada, é a chamada inspiração. E num momento de oração verbalizada estaremos finalmente unindo as duas formas de orar, porque já teremos criado o hábito da oração silenciosa internamente, é a oração vibração, a oração sensação, a oração captação, à qual é sintetizada pela oração verbal. Toda esta sensibilidade assim descrita pode ser interpretada como uma sensibilidade mediúnica suficiente, a mediunidade suficiente não é uma modalidade de faculdade mediúnica, mas se refere a sensibilidade geral do ser humano que se traduz pelo melhor emprego dos talentos (talentos em todos os campos da vida) que cada um tem, o Espírito Dr. Odilon Fernandes¹ é quem criou essa expressão para assim se referir às potencialidades humanas com o seu melhor emprego na vida humana, por isso é uma especificação geral que cabe bem para o que vem a ser de fato a oração tanto como processo de sensibilidade diária quanto como a sensibilidade para o momento especial da oração.
Portanto é um ideal que é o ideal, deveria ser e não é ainda hoje, de uma vivência diária para a Humanidade que essa "ligação" não se realize somente no momento da prece verbalizada internamente ou vocalmente, o ideal é a vida sendo uma oração celestial para Deus, dedicar nossa vida a Deus, dedicar nossa vida ao cumprimento da Lei que rege o cosmos. A ligação espiritual entendida como o momento da prece deve ser como um prolongamento do viver evangelicamente ao logo de cada dia e dos dias de nossa vida. Precisamos nos libertar da ilusão do entendimento de que somente no momento da prece é que estaremos finalmente vivendo essa "ligação" com o plano celestial superior desmistificando assim um condicionamento religioso a que fomos subordinados por milênios, que nos desvinculou do verdadeiro conhecimento de quem nós somos, seres cósmicos e espirituais, e tanto sendo esta a nossa verdadeira natureza que nem a vida corpórea (carnal) nos abstrai dessa faculdade extrafísica da "ligação" ao divino, que todas as pessoas na face da Terra poderiam estar vivendo plenamente de forma consciente, não tendo esse saber não a vive, e com isso não estabelecem permanentemente essa "consciência cósmica".
Dessa forma assim entendida nossa relação (ligação) com o Mundo Maior precisamos nos observar e perguntar que tipo de oração estamos fazendo de nossa vida diária! Podemos não estar percebendo ainda que estamos constantemente estabelecendo uma forma de relação com o Plano Espiritual Superior, e por conseguinte, com os Benfeitores Espirituais, essa forma pode tanto estar sendo boa quanto precária, de modo que está ocorrendo na medida da suficiência de nossa consciência, diante disso necessitamos realizar uma observação interna em nós bastante consciente e franca, e observar nossas ações externas, sem buscarmos justificações compensatórias que permitam a continuidade (a repetição frequente) de nossos velhos hábitos falhos, temos que reagir conosco mesmos, trabalhando dentro de nós diariamente. A vida é uma oração, e não somente a oração verbalizada como sendo um momento da própria vida, sendo assim a nossa vida pode estar sendo tanto uma oração diária positiva, quanto de baixa vibração, e quando chegarmos ao final de mais um dia estaremos entregando a Deus um dia de oração honrada no Bem, ou desonrada em falhas do nosso próprio personalismo². Que oração estamos fazendo? Podemos estar muito longe da oração ideal como vida diária.
Assim, "Proferir a prece inicial e a prece final nas reuniões ...", de forma espontânea e sentida, é o que esperam os Espíritos Superiores. E é assim que se entrelaçando os corações e as mentes entre os Espíritos encarnados e os desencarnados se estará ligando o Céu à Terra, pois nos momentos da prece os Espíritos desencarnados (os Espíritos Superiores, e os Espíritos sofredores que estão lá para serem tratados e encaminhados para a Vida Maior) estão presentes no ambiente em que a reunião se realiza, ouvindo nossos pensamentos e emanações do coração.
"Quanto possível, abandonar as fórmulas decoradas e a leitura maquinal das “preces prontas”, e viver preferentemente as expressões criadas de improviso, em plena emotividade, na exaltação da própria fé.
Há diferença fundamental entre orar e declamar."
André Luiz nos chama à observação de nós mesmos, mostrando-nos que somos desatentos. Por meio da desatenção não nos damos conta da situação do que têm sido as "preces prontas" na nossa vida. O hábito da realização da "oração pronta" nas atividades dentro da casa espírita e fora dela já é uma condicionante para acreditarmos que estamos orando da forma correta, a segunda condicionante é que todos realizam a mesma prática descrita por André Luiz, seja dentro do lar, seja em um grupo dentro da casa religiosa, e desse modo, com todos fazendo as mesmas coisas estabelece-se pelo hábito naturalmente que está então correto o nosso modo de proceder, eximindo-nos da responsabilidade de raciocinar a respeito dos nossos hábitos, pois nivela-nos. André Luiz nos ajuda a perceber o que precisamos melhorar nas práticas espíritas com a observância quanto a prática da oração.
Somente algumas pessoas que conhecem a real significação do que é realizar uma oração percebem a inconveniência da "oração pronta" norteados, pois, pelos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo trazidos pelos Espíritos Superiores, entretanto não significa que não possam realizar também as "orações prontas" que as permeiam com as manifestações cheias de fé e amor do coração espontaneamente. Consideramos lindas e até poéticas pelas altas lições morais carregadas de sentimento de Amor as orações de Cáritas, de Francisco de Assis, de Tagore, como de muitos outros Espíritos de escol, procuramos sentir profundamente as lições amorosas contidas nestas palavras que repetimos, ou as repetimos de forma superficial compreendendo-as mais com o raciocínio do que com o coração, porque trazem ensinamentos tão sublimes para a alma que acreditamos que conseguiremos fazer com que elas cheguem ao Plano Maior por meio de nós, e assim acreditamos que a nossa oração será ouvida e atendida, entretanto só será atendida se a oração pronta sair com sinceridade de nossa alma, pois orar somente repetindo as belas e comprometedoras palavras de moral, sem a emanação da fé, não repercutirá aos Céus. Assim podemos concluir neste tópico que nossas orações, sejam elas espontâneas ou prontas, serão ouvidas sim, mas serão atendidas se oradas com a sinceridade da nossa alma, tendo valor real na "exaltação da própria fé".
Claro é que a Oração Dominical (Pai Nosso) é a única oração da qual nunca nos afastaremos, pois nos foi trazida por Jesus Cristo a nós a fim de nos ensinar a orar. É importante também observar que nem todos oram essa oração da forma como nos tem sido ensinada até aos dias hoje, realizando uma verdadeira adaptação desta oração sempre que vai orá-la, uma adaptação pessoal, particular, cujas palavras terão a tendência de sempre serem repetidas e a elas acrescentadas ainda mais algumas coisas conforme a necessidade do momento, e que se trata do que se passa no íntimo de quem ora, uma elaboração espontânea pessoal que se fixou na própria memória. E assim o que fazem nessa oração é tanto acrescentar a compreensão que se tem pessoalmente das palavras dominicais, quanto também a ampliam nessa compreensão acrescentando outras compreensões có-relacionadas (estendidas), outros apelos, outras súplicas, mais promessas cristãs, e mais louvores, além do que já existe nesta oração, tudo isso tendo saído do coração de quem ora. Todas as formas de adaptação são válidas não somente sobre o texto já existente da Oração Dominical, mas também sobre todas as outras orações prontas com as quais se afiniza para serem realizadas com o toque especial e singular de quem as profere com verdadeira fé de seu efeito espiritual sobre a vida material, portanto para a transformação da realidade terrena, transformação das coisas que são estabelecidas pelo homem encarnado (situações diversas, dificuldades, doenças, imoralidades, injustiças sociais e individuais, ...) no mundo físico e tangível para se alcançar as bênçãos a que todos são carentes sempre.
"Abster-se de repetir em voz alta as preces que são proferidas por amigos outros nas reuniões doutrinárias.
A oração, acima de tudo, é sentimento."
Orienta-nos André Luiz que quando não somos nós quem estamos realizando uma oração verbal em voz alta junto a um público (palestras, grupo de estudo, grupo mediúnico, ...) é necessário que acompanhemos em silêncio. Acompanhar, pois, em voz alta, atrapalha não somente a que profere a oração para que todos acompanhem, mas também atrapalha todos os demais que estão envolvidos nessa oração coletiva, e atrapalha a própria pessoa que acompanha em voz alta (e claro é que não percebe que atrapalha a si mesmo). Acompanhar em voz alta a oração feita por outrem dificulta a todos a sintonização com o Plano Maior, que acompanham em silêncio a oração verbalizada, se for em voz alta, mas em volume baixo, atrapalhará os que lhe estiverem próximos, a pessoa que acompanha em voz alta a oração proferida por outro está também prejudicando a si mesmo na ânsia de ouvir o interlocutor e ao mesmo tempo ouvir o que ele próprio repete, ainda que imbuído de sentimento profundo de fé. Pois oração é concentração e silêncio sonoro.
A oração mesma é aquela que parte do coração, pois como diz André Luiz "oração, acima de tudo, é sentimento.", portanto não é aquela de fórmulas prontas (sendo que podemos considerar fórmula pronta a oração espontânea proferida por outrem junto a um coletivo, pois não temos o trabalho de formular a oração, apenas seguir), e sendo sentimento aí está a sinceridade e a inclinação compromissada na "conversa" com Deus, que ouvirá de fato a oração da alma daquele que ora com o coração. O cotidiano da vida material não nos permite perceber as sutilezas do compromisso moral da oração que realizamos em qualquer momento da vida, bem como a consciência quanto ao lugar onde a possamos estar realizando, nem mesmo temos a consciência de que se trata de um colóquio com Deus, eis alguns dos segredos da oração. Certamente nos perguntariam no "Paraíso", ou no Umbral, quantas vezes oramos (de verdade) enquanto estivemos vivos na matéria grosseira.
Necessitamos emanar sempre o sentimento que está no imo de nossa alma com o coração e a compreensão das palavras proferidas (procurando manter em correspondência com nossos anseios, embutindo-os naturalmente no corpo da oração oracionada em voz alta pelo o que a direciona sonoramente) por quem ora a nossa frente, diante de nós. Nós estaremos acrescentando, portanto, muito de nós na oração que estamos acompanhando no momento, não seguindo totalmente, literalmente, como fórmula pronta a oração espontânea ou decorada de quem ora para o coletivo que o acompanha. Como diz André Luiz, oração é sentimento, pois é a alma, e não a carne, que é ouvida pelo mundo espiritual, é a alma quem ora, e não a boca, a alma sem imprimir a significação emotiva não está orando, apenas repetindo palavras.
A oração realizada com sentimento é uma forma de meditar, já que a meditação possui vários significados.
"Prevenir-se contra a afetação e o exibicionismo ao proferir essa ou aquela prece, adotando concisão e espontaneidade em todas elas, para que não se façam veículo de intenções especiosas.
Fervor dalma, luz na prece."
A "afetação"³, ou seja, a mímica como expressão corporal das palavras carregadas de significação espiritual é a teatralização do sentimento sincero ou "especioso"⁴, isto significa ser um modo de expressar uma pretensa espiritualidade interna do próprio locutor, e ainda, também um modo de expressar a compreensão e a crença da expressão de espiritualidade existente como significação do texto da oração, ao mesmo tempo em que se procura expressar o bem a que se aspira o locutor (daí vem o "sincero" acima mencionado) no momento da realização da oração perante uma plateia (ainda o mesmo ocorrendo quando da exposição da interpretação de uma mensagem espiritual quando em plena realização de palestra pública, ou grupo de estudo, ...). Portanto toda essa situação expressiva de exteriorização é uma comprovação de como não é garantia de se estar retratando sempre a atmosfera interna do locutor da oração, ou seja, realidade que existe ou não no íntimo daquele que profere publicamente a oração, é a isso que se refere André Luiz. Por isso precisamos nos prevenir contra a "teatralização" dos sentimentos e intenções que possamos de forma intencional (ou não intencional) e mecânica imprimir às palavras da oração (mesmo que não se tenha consciência plena desta falta) quando nos direcionamos e proferimos uma oração perante a um público, ou quando fazemos parte de uma platéia.
Somente por meio da auto observação de nós mesmos enquanto participantes de um público receptor, ou quando na condição de condutor de um público para o momento da oração, é que nos será mostrado a postura correta que precisamos ter e ser diante de nossa própria consciência, diante do público que de nada sabe do que se passa dentro de nós, e diante da Espiritualidade Superior que assiste a este momento de realização espiritual. Não é necessário portanto grandes gesticulações, entonações, e modulações de voz, mas sim a discrição ao mesmo tempo que auto vigilância do que se vai orar e como vai orar, para não cair em "dívida moral" perante a Espiritualidade Maior que no momento se faz presente em grande peso.
O nosso preparo interno (na condição de condutor da oração ou de parte da platéia) começa dentro do reduto do nosso lar, diuturnamente, todos os dias. Necessitamos viver uma sincera prevenção em nós mesmos quanto ao nosso processo de preparo interior direcionado à realização da oração inicial e final de nossas reuniões espirituais perante a um público (reuniões doutrinárias, reuniões mediúnicas, passes, grupos de estudo, grupos de atividades fraternas, sejam uma ou mais pessoas presentes ...), refletir sobre nossos sentimentos e intensões, observar-nos de modo franco, para que não caiamos na tentação da evidenciação pública de nossa personalidade, entendendo-nos apenas como um aprendiz em processo, das Leis Divinas, ao invés de nos ver como obra acabada segundo nossa ótica, que é limitada em todos os sentidos, já que conhecemos apenas, e malmente, nossa própria realidade terrestre coletiva e nada mais. Precisamos ater-nos nessa observação de nós mesmos, e então perceberemos que pensávamos que tínhamos a adequada atenção em nossa conduta interior, nos envergonharemos de nós mesmos, é um colóquio íntimo que nos levará a uma auto-atenção nunca antes praticada por nós, se queremos mesmo fazer da nossa vida uma vida correta moralmente, fazendo da nossa vida a própria oração como Jesus Cristo espera de nós, e como nos pedem os Benfeitores Espirituais que nos trazem todos os dias o Código Divino ensinado por Nosso Mestre Jesus. Façamos essa observação em nós e chegaremos a conclusão de que "Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra.", como disse Jesus àqueles que queriam apedrejar Maria Madalena.
"Durante os colóquios da fé, recordar todos aqueles a quem tenhamos melindrado ou ferido, ainda mesmo inconscientemente, rogando-lhes, em silêncio e a distância, o necessário perdão de nossas faltas.
Os resultados da oração, quanto os resultados do amor, são ilimitados."
Os "colóquios da fé", as orações, são conversas confidenciais e silenciosas com Deus, com Jesus Cristo, com Maria Santíssima, com os Benfeitores Espirituais a respeito de nossas necessidades existenciais em todos os setores de nossas vidas. O "colóquio da fé" precisa ser uma necessidade íntima em nós, de modo a já ter se transformado em hábito nosso diário para que fora do nosso ambiente doméstico, diante da abertura e término de uma realização religiosa junto a um grupo específico da nossa casa religiosa, possamos pô-la em prática de forma espontânea, e assim este hábito será o nosso roteiro seguro para conseguirmos atingir o objetivo espiritual e moral perante a um público, que não se tratará nestes momentos de um colóquio no sentido da conversa íntima, confidencial, e sim de uma conversa coletiva e aberta com Deus da qual todos compartilharão, portanto não se tratará de realizar uma oração pronta e linda, mas se tratará da nossa própria oração inventada para o momento, e que por causa disso nem sempre será aquela oração linda com palavras divinais, entendendo que a poesia da nossa oração está na sinceridade. A dificuldade de realizar a oração dessa forma orientada por André Luiz se dá porque estamos acostumados a realizar as lindas orações prontas que elegemos como tendo o conteúdo ideal da qual não "podemos" esquecer, por encerrar os objetivos de uma perfeita evolução coletiva terrestre e da nossa própria evolução individual a qual aspiramos tanto quanto os Espíritos Superiores aspiram por nós, e desejamos compartilhar isso com os nossos ouvintes; se nós absorvemos essa lição dos Espíritos Superiores, e sabendo que esse é o objetivo do Espiritismo então já temos a ferramenta para elaborarmos uma oração nossa ainda que tacanha.
Do ponto de vista de André Luiz podemos perceber que oramos sempre tão errado que se resolvêssemos começar nossas orações espontâneas pelas súplicas ao atendimento às necessidades alheias, e lembrando de nossos inimigos como também de atitudes mal sãs que temos ao longo do dia, e somente depois terminaríamos com súplicas para solucionar as nossas necessidades pessoais, estaríamos orando corretamente. Por isso que nos ensina André Luiz que necessitamos "..., recordar todos aqueles a quem tenhamos melindrado ou ferido,..." antes de lembrarmos de pedir por nós. Nossa oração certamente passará a ser muito longa, e necessitaremos ir dormir ainda mais cedo pensando nesta oração que estamos já nos programando para fazer, além de outros horários do dia a que podemos estar nos dedicando com espaço de tempo maior à oração de mesma característica. Iniciar a oração pelos outros primeiro para terminarmos por nós depois é um meio infalível para não esquecermos de que necessitamos orar por essas pessoas. E também esse procedimento de deixarmos nós por último na oração reporta-nos àquela lição do Divino Mestre relembrada pelos Benfeitores Espirituais de que necessitamos nos lembrar com preocupação e sentimento dos outros primeiro para somente depois lembrar de atendermos a nós, nos ampliando assim ainda mais a significação dessa magnífica lição do desprendimento trazida pelo Divino Mestre Jesus, nos mundos superiores seus habitantes assim vivem.
CAPÍTULO XVII - SEDE PERFEITOS
O HOMEM DE BEM
3. (...)
... Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. (...)
(...)
A VIRTUDE
8. (...)
...; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.
(...) – François Nicolas Madeleine. (Paris, 1863.)
Reforça a nós André Luiz que já é suficiente e adequado "rogando-lhes, em silêncio e a distância", ou seja, aos Benfeitores Espirituais, a Jesus Cristo, e a Maria Santíssima, no reduto silencioso do nosso coração. Isto é estabelecer a "ligação" telefônica espiritual com Eles, os fios telefônicos são os filamentos espirituais de luz que saem do nosso coração e da nossa mente (os centros de força [chacras] cardíaco e mental), subindo juntos em direção a esses santíssimos Seres de Luz, em algumas situações até com a ajuda dos mesmos Benfeitores Espirituais que nos assistem todos os dias. Não são as palavras verbalizadas com a boca que garantirão que nossas rogações cheguem até Lá, e sim verbalizadas com o coração e a mente!
Lembra-nos ainda André Luiz que necessitamos sempre "rogar-lhes o perdão de nossas faltas". É verdade que o pedido do perdão das nossas faltas está dentro da Oração do Pai Nosso (oração dominical), mas quando oramos a nossa oração espontânea podemos estar suplicando ao nosso modo o perdão a nós, lembrando que o que pedimos para nós necessitamos entender que precisamos vitalmente pedir também pelos nossos inimigos, e por aqueles que nos fizeram mal, e também esforçar-nos para conseguirmos perdoar a estas pessoas, caso contrário a súplica por nós não terá o efeito de que necessitamos. Por isso rogar pedindo o perdão por nossas faltas é de grande responsabilidade, e tem o efeito da Lei de Causa e Efeito, podemos diante dessa seriedade da qual nos conscientizaremos de forma adequada procurar encontrar meios próprios de viabilizar em nós o crescimento interior para alcançarmos essa vitória pessoal. Quando finalmente pedirmos perdão pelas faltas de nossos inimigos é porque estaremos já os perdoando, caso contrário não conseguiremos pedir por eles em nossa oração.
E ainda nos lembra André Luiz sobre "os resultados ilimitados da oração sincera", tal como o é o exercício do "Amor Verdadeiro". Apenas criar um texto próprio como oração destituído de sentimento é o mesmo que proferir uma "prece pronta" de forma "declamada". A oração sincera é aquela que sai do coração, mesmo que a nossa oração não tenha beleza, e seja composta de umas poucas palavras. Não esqueçamos.
"Cancelar as solicitações incessantes de benefícios para si mesmo, centralizando o pensamento na intercessão em favor dos menos felizes.
Quem ora em favor dos outros, ajuda a si próprio."
Geralmente oramos de forma errada por termos aprendido de forma errada, que é orarmos por nós, e geralmente nem sequer nos apercebemos que podemos orar também pelos outros, quando finalmente aprendemos que podemos orar pelos outros ainda assim realizamos essa tarefa espontânea de forma errada, pois deixamo-los geralmente por último em nossas orações.
Sim, quando oramos pelos outros primeiro estamos dando um grande salto de crescimento interior, vindo a realizar aquela lição ensinada pelo Cristo Jesus quando esteve junto de seus apóstolos. Melhor ainda é quando dedicamos orações apenas pelos outros, seja pela Humanidade, seja por grupos específicos da sociedade, seja por uma causa específica social a nível local ou a nível planetário. Seja como for nossas orações, ora orando apenas pelos outros, ora orando pelos outros primeiro para em seguida incluirmos nossas necessidades existenciais pessoais e familiares estaremos realizando um grande ato de doação de nós mesmos em oração. Precisamos exercitar. Todos recebemos, ainda que o recebimento da misericórdia que suplicamos em nossas orações seja demorado, tenhamos fé em Jesus Cristo e Maria Santíssima!
Persistência e fé é o que precisamos ter a movermo-nos em oração pelos outros, pela Humanidade, e por nós. É uma tarefa interna difícil, mas é o que nos moverá a realizar a oração tal como os Benfeitores Espirituais nos ensinam com frequência. Não deixemos que a vida material continue nos afastando dessa comunicação com o Mundo Superior, nós somos capazes que criar, e não de seguir sempre.
Essa lição de André Luiz sobre a oração pelos necessitados é importante para nos fazer entender que se trata de uma ação de caridade e amor, de desprendimento espontâneo com sentimento, de experimentarmos a compaixão, a piedade, desenvolver nosso senso de caridade, de não pensarmos somente em nós até mesmo na oração, de aprendermos a não sermos egoístas, de não expressarmos egoísmo nas nossas orações. Hosanas às alturas pela Humanidade sofrida é um ato de caridade cujo clamor sendo ouvido se somará a mais clamores pelo mundo em prol das necessidades humanas, vindo a colaborarmos com a concretização das formas de conforto que forem possíveis a favor dos desfavorecidos levados pelos Espíritos Superiores. Nossa oração pelos necessitados podem ser dirigidas a uma comunidade carente, por uma nação em dificuldades ou em guerra, pelos doentes, ..., enfim, por muitos tipos de calamidades em qualquer dimensão social, nacional e internacional, incluindo os que estão próximos a nós como um vizinho nosso, uma pessoa ou família estranha que vimos estar passando dificuldade, ... Orar pelo próximo nos dá uma condição a mais de podermos ser atendidos quando fizermos apelos por nós mesmos em nossas orações.
"Controlar a modulação da voz nas preces públicas, para fugir à teatralidade e à convenção.
O sentimento é tudo."
A "modulação da voz"⁵ acompanha a teatralidade da "oração pronta" e bela. Não tocará nunca a alma dos ouvintes, e a de si próprio, ao contrário da oração espontânea, que expressará a modulação correta, conforme os acordes do coração. O coração é o instrumento musical para a melodia certa que a oração necessitará ter.

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¹ PERSONALISMO
SUBSTANTIVO MASCULINO
1. "Característica do que é pessoal; subjetivo."
2. "Tendência para se colocar como tendência de qualquer circunstância."
3. "Visão particular ou ponto de vista muito pessoal sobre algo ou alguém."
Sinônimo de individualismo. Egoísta.
² MEDIUNIDADE SUFICIENTE
Mediunidade Suficiente
(Dr. Odilon Fernandes)
Podes não ser portador dessa ou daquela faculdade mediúnica de natureza ostensiva, mas não te esqueças de que já és dotado de mediunidade suficiente para que te faças, sobre a Terra, intérprete do Bem em favor de todos aqueles que sofrem.
Movimenta, pois, de maneira consciente, as possibilidades inerentes ao teu próprio espírito e serve, sem esperar que nenhum fenômeno externo te exorte a fazê-lo.
Livro "A Mediunidade Nossa de Cada Dia", ditado pelo espírito dr. Odilon Fernandes. Psicografia do médium Carlos A. Baccelli.
³ AFETAÇÃO:
SUBSTANTIVO FEMININO
1. Ausência de naturalidade, modo artificial de ser, amaneiramento.
2. Exageração de sentimentos; atitude fingida, falsa.
⁴ ESPECIOSO:
ADJETIVO
1. De aparência falsa; enganador, enganoso, ilusório.
2. Verdadeiro ou justo apenas na aparência.
⁵ MODULAÇÃO DA VOZ
SUBSTANTIVO FEMININO
1. Música - passagem de um tom para o outro no decurso de um trecho.
2. Inflexão variada da voz.
3. Entonação.
4. A mudança de tonalidade entre um trecho de uma fala (ou música) e outro. Modular a voz é variar as suas características, alterando a tonalidade, a altura, a frequência, o volume e até mesmo o timbre.
Significações extraídas de dicionários eletrônicos da internet.
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Em poucas palavras:
A oração verdadeira é a oração sincera e espontânea, concisa, curta, sendo esta a única preocupação que necessitamos ter, portanto, não nos preocupando também com sua extensão. Uma oração que primeiro seja endereçada ao atendimento da solução das mais variadas mazelas do mundo, para depois ser direcionada em nosso benefício, seja numa reunião com o coletivo, seja isoladamente no reduto do nosso lar. Essa oração será ouvida e atendida pelos Benfeitores Espirituais na medida e no tempo certo, e não no tempo que queremos.

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