quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Mestre Jesus






Fuga  para  o  Egito

Irmão  José


            GCI.ORG. Alexandre Bida_O retorno de Maria, José, e o menino Jesus, do Egito_003. jpg            






Fuga para o Egito
Irmão José



QUANDO  SE  DISPUNHAM  A  EFETUAR  a viagem de regresso a Jerusalém, para levarem a Herodes a boa nova do nascimento do Menino, que viera ao mundo em confirmação das profecias, os três reis tiveram, durante o sono, a visão de um anjo do Senhor que lhes revelou a trama da perseguição, a qual, ainda recém-nato, Jesus haveria de sofrer entre os homens. Mateus, em suas resumidas anotações sobre o referido episódio, grafou: "Sendo por divina advertência prevenidos em sonho para não voltarem à presença  de Herodes, regressaram por outro caminho à sua terra."

Logo que os magos partiram, o mesmo anjo, Gabriel, aparece a José em sonho, determinando que eles fugissem para o Egito - que, àquela época, não mais era o Egito dos faraós, terra na qual, em regime de escravidão, os judeus  haviam vivido por cerca de quatrocentos anos. O iluminado espírito ordenou claramente ao Carpinteiro de Nazaré: "Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino, para matá-lo". Por notável presciência, mais uma profecia, desta vez de Oseias, haveria de cumprir-se: "... e do Egito chamei o meu filho". Sem delongas, José e maria, quase nada transportando da parte dos homens, mas tudo transportando da parte de Deus, deixaram Belém ainda de madrugada - de Gaza, atravessando o istmo de Suez, adentraram as regiões do considerado Baixo Egito, em meio às privações da inesperada viagem, em que, praticamente, eram levados a dormir ao relento.

Nesse ínterim, Herodes, sentindo-se enganado pelos três reis do Oriente, tomado de profunda ira, "mandou matar os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos". Geo, um de seus chefes, aquele mesmo que havia inspirado ao rei a ideia da matança das crianças, viu a Lei de Causa e Efeito funcionar para si de maneira imediata, porque, antes que, de alguma maneira, pudesse intervir, o seu pequeno neto teve o coração trespassado pela espada de um de seus comandados!

Nas proximidades de Efraim, completamente exauridos, pernoitaram numa gruta, com José temendo pelas vidas de Maria e do Filho, porquanto aquelas regiões eram extremamente inóspitas. Piedosas tradições cristãs dão-nos conta de que, quase nada tendo mais com que se alimentar - alguns poucos pães e tâmaras já tinham sido consumidos por eles -, uma cabra silvestre deles se aproximou e se permitiu ordenhar, fornecendo leite para os dois e para Jesus.

É que, ao longo de todo o percurso, o casal com o Filho eram protegidos pela abençoada retaguarda do Mundo Espiritual Superior, que, sem isentá-los das fadigas e lutas naturais que estavam enfrentando e ainda enfrentariam, velavam para que o Senhor pudesse dar cumprimento à sua Missão, não consentindo, assim, que as Trevas frustrassem as expectativas divinas.

Dando prosseguimento à fuga empreendida, em determinada estrada na qual a areia soprada pelo vendaval impedia visão mais nítida do que estivesse à frente, os três se viram cercados por um bando de salteadores, cujos integrantes, ao pousarem os olhos maliciosos sobre Maria, começaram a conceber os mais escusos pensamentos - não obstante, quando deles se acercaram, armados de punhais e porretes, ao notarem o Menino, sentiram-se, de súbito, paralisados em suas intenções infelizes, com o líder do grupo, o mais truculento deles, ordenando que ninguém os tocasse em um só fio de cabelo - e ainda obrigou os integrantes do bando a dar-lhes parte do alimento que levavam consigo. A história não registra, mas, profundamente sensibilizado, o chefe dos malfeitores daquelas estradas renuncia à sua vida de crimes, passando o resto de seus dias tentando localizar o casal com o seu Filho, tendo, para tanto, percorrido todo o Egito de ponta a ponta, sem, contudo, lograr o seu intento.

Depois de muito peregrinar, José, Maria e Jesus chegaram a Heliópolis, ou lunet Mehet, situada a dez quilômetros da cidade do Cairo. Embora a divindade principal da cidade fosse o deus solar Rá, defronte às portas de entrada de Heliópolis, erguido num pedestal, havia um grande ídolo com cabeça de touro - evidentemente, em maioria, os egípcios eram idólatras, pois que os sacerdotes haviam resistido aos propósitos reformistas do faraó Amenófis IV, que mudaria o seu nome para Akhenaton, que elevaria Aton acima de todos os deuses egípcios. Akhenaton, com justiça, é considerado pelos historiadores como um dos primeiros líderes monoteístas da História. Ele acreditava que o deus-sol voltaria à Terra - com certeza, antes de reencarnar, o faraó pudera inteirar-se no Espaço a respeito da futura encarnação do Verbo Divino no orbe terrestre.

Procurando os três descansar à sombra de acolhedora palmeira, depois de breves minutos, a terra começou a tremer e um terremoto localizado fez com que a pesada imagem do touro despencasse do pedestal e se espatifasse ao chão, o que muitos egípcios passaram a interpretar como sendo mau agouro.

Atravessando a cidade,  valendo-se dos recursos que os magos lhes entregaram, José aluga uma casa de pequenas dimensões, que ele, com a sua habilidade de carpinteiro, melhor procuraria adaptar às necessidades da família, construindo uma espécie de avarandado, que os protegesse do sol causticante e das tempestades de areia.

Sendo, no entanto, a cidade repleta de templos com os seus respectivos deuses, sempre acontecia de, inexplicavelmente, algumas estátuas caírem de seus pilares de sustentação e se quebrarem - um desses templos tivera todo o seu altar destruído.

Decorridos, aproximadamente, dois anos - Jesus já se mostrava crescido e caminhando com desenvoltura, como, mais tarde, escreveria Lucas: "Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele" -, José e Maria, tomando a estrada para Mênfis, resolveram transferir-se para a cidade de Matareia. Na referida cidade, enquanto procurava local definitivo onde se instalar, o casal buscou abrigo numa hospedaria, perto da qual existia um templo pagão. Um sacerdote, que era o dono da hospedaria, tinha um filho tão perturbado pelos espíritos, a tal ponto que, quando se sentia mais assediado, rasgava as próprias vestes e, completamente nu, saía correndo pela cidade, sem que ninguém conseguisse detê-lo. Tais episódios, conforme tivemos oportunidade de dizer alhures, tinham-se multiplicado por toda parte e não somente na Judeia - as falenas sempre tendem a voejar em derredor da luz!

Próximo à hospedaria, havia um templo consagrado ao deus Menu, considerado da fertilidade e da vegetação, que, por vezes, se apresentava como um touro branco ou leão. Intrigados com os últimos acontecimentos e sentindo-se em desventura, alguns habitantes de Matareia resolveram interrogar o ídolo, que, através do fenômeno de voz direta, costumava responder-lhes.

- Qual o motivo, ó Deus? - indagaram do ídolo -, de tais pragas que, ultimamente, se têm abatido sobre a nossa nação? ... As nossas imagens caem e se destroçam, os nossos altares se partem... Não estaremos oferecendo-vos sacrifícios suficientes... O que desejais de nós?! Estais aborrecidos conosco?!...

- É que - respondia o deus por sua inanimada boca de pedra - o "deus" verdadeiro vos nasceu - o "deus" universal! Diante dele, igualmente, devemos curvar-nos...

Entrementes, enquanto se entregavam ao seu inusitado colóquio com o deus Menu, que, ao falar assim, também despenca dos pilares que o sustentavam e quebra-se, adentra-se o templo, completamente curado de sua loucura, o filho do sacerdote, que, durante anos, os médicos de todo Egito haviam tentado tratar em vão.

- Meu filho, o que houve?! - pergunta-lhe o sacerdote, aturdido perante dezenas de testemunhas.

- Não sei dizer, meu pai - respondeu ele. - Não sei explicar o que aconteceu... Sinto apenas que um peso enorme saiu de sobre as minhas costas... Não me recordo de nunca ter-me sentido tão bem assim, porque, desde menino, eu sofro com vozes e visões que não suporto...

O jovem estava envolvido numa túnica que lhe cobria a nudez; então, o sacerdote lhe indagou:

- Quem lhe deu essa roupa?! Acaso, você a terá pego de alguém?!...

- Não, meu pai, não! Não sei... Encontrei-me com uma senhora e o seu filho... Sorriram para mim... Eu me acalmei... Foram eles que me deram esta roupa! Logo que eles a estenderam sobre mim, fiquei completamente curado...

Jesus, a esta altura, já contava com pouco mais de dois de idade, mas o seu espírito não se prendia ao corpo como se prendem os espíritos que sentem as limitações do período da infância. Era comum que, na fonte mais próxima, Ele sempre fosse buscar água num odre para Maria, ou mesmo que colaborasse com José na limpeza da pequena carpintaria que o pai havia instalado em Matareia.

Certa vez, estando José a trabalhar numa encomenda, sentiu um mal súbito e desmaiou.  Jesu, então com seis anos de idade, espalma a destra sobre o peito do pai e, quase a sussurrar, lhe ordena aos ouvidos: - Levanta-te, senhor, que ainda não é chegada a tua hora e tampouco a minha! Levanta-te!...





Do livro "Jesus de Nazaré", ditado pelo espírito Irmão José. Psicografado por Carlos A. Baccelli.











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