Evita Contender
Emmanuel
TRUTH BOOK. Urântia. Harold Copping. O centurião romano. |
Evita Contender
Emmanuel
“Ao servo do Senhor não convém contender.”
Paulo (II Timóteo, 2:24)
Foge aos que buscam demanda no serviço do Senhor.
❊~❊~❊
❊~❊~❊
❊~❊~❊
❊~❊~❊
Do livro "Pão Nosso", ditado pelo Espírito Emmanuel. Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.
--------------------------------------------------------------
Não Ser Espírita,
Não Ser Cristão
Heliana Staut
"Foge aos que buscam demanda¹ no serviço do Senhor.". Infelizmente há pessoas que se dizem estar no trabalho da vinha de Jesus Cristo, e de fato estão, mas na verdade procuram neste trabalho atender a seus interesses pessoais, se mostram estar claramente se doando em benefício do próximo, mas na verdade estão buscando atender a si mesmos. Há espíritas, bem como o há em todas as outras religiões, que agem assim de forma consciente, bem como outros inconscientemente, da própria postura assim descrita perante os de seu grupo de atuação beatífica, e perante a sociedade. Raciocínio difícil de se fazer diante da concretude das realizações coletivas de trabalhadores, seja na "sopa fraterna", seja no "bazar do cacareco", seja numa equipe de "palestras e passes" na casa espírita, ..., numa visita coletiva aos necessitados, enfim, seja nas atividades que for da casa espírita, e nas realizações benemerentes promovidas por qualquer outra religião. Difícil portanto é de raciocinar e perceber a respeito do personalismo desses trabalhadores cristãos, pois tais pessoas mascaram o tempo todo o verdadeiro interesse, e os verdadeiros sentimentos, enganando assim a todos, e todos os envolvidos se deixam levar pelo clima aprazível e sereno destes momentos de trabalho de edificação do Bem, sem notarem com isso as mínimas demonstrações de caráter e gestos de tais pessoas. Aconselha Emmanuel que os trabalhadores de Jesus que trazem o coração na seriedade e no sentimento do verdadeiro Bem sem retribuições mantenham afastadas desse trabalho as pessoas que buscam "demanda" para si mesmas. "Foge ..."! Mas é necessário também que observemos a nós mesmos, para verificarmos se estaríamos também nesta infeliz posição de estarmos criando demanda para benefício próprio.
Seja na atividade coletiva que for em benefício de outras coletividades que receberão a benemerência, seja nas atividades realizadas por uma única pessoa em benefício de outros é necessário que coloquemos nossas vistas observadoras de forma franca. É difícil de ser notado e raciocinado por outras pessoas assim dessa forma, pois o que se apresenta diante dos olhos alheios são as aparências da superficialidade que externam esses e os outros trabalhadores da caridade, e não a essência dessas aparências que se vê, pois o que direciona todos nós a ver assim a realidade dos obreiros terrenos do Senhor é, de nosso lado, nosso próprio modo acostumado a ver as aparências de tudo. Não podemos querer ter êxito em enxergar a verdade pautando-nos na aparência de tudo, nos relacionamentos amistosos, tapando-nos assim as vistas espirituais da realidade concreta e material. É necessário termos consciência de que precisamos ver a realidade com imparcialidade cristã, o que não nos convida, contudo, a nos tornarmos hostis e até arrogantes impacientes, por começarmos a ver o que não víamos, ou que não queríamos ver, e não se trata de nos tornarmos pessoas de policiamento, e sim, pessoas observadoras, pautadas na sabedoria evangélica e humanitária.
Temos que ver o fruto das árvores com as quais estamos convivendo no trabalho coletivo ou singular, colocando de lado os apreços que temos por essas pessoas; não se trata de nos tornarmos frios, e sim se trata de continuarmos sendo pessoas sensíveis, mas passando a sermos francos conosco mesmos a respeito da realidade em que vivemos para a observação, precisamos ser observadores imparciais sem maldades de julgamento, a observação precisa ser percebida por nós como ferramenta essencial para a vida, lembrando que a observação é uma das ferramentas do verdadeiro sábio. Sermos verdadeiros observadores não significa sermos inimigos daqueles que somos amigos, mas sim justos conforme o Evangelho de Jesus, sermos verdadeiros observadores não é colocarmos pretensamente julgamentos a que estamos acostumados a realizar todos os dias, mas é deixarmos de fazer tais duros julgamentos em todas as circunstâncias da vida com quem quer que seja. Sermos verdadeiros observadores não é dar-nos voluntariosamente a dureza no trato e encaminhamento de soluções com uns e com outros trabalhadores, mas sim fazermos vistas grossas. Sermos verdadeiros observadores é colocarmos de forma humanitária e honesta nosso olhar observador acima de todas as relações presentes no ambiente de trabalho, tal como observamos carinhosamente as movimentações de um grupo de formigas com a ajuda de uma lupa.
E nós, seremos nós também esse trabalhador de demanda, ou já entendemos que temos que pensar nos que irão receber de nós, esquecendo-se de nós mesmos?!; já esquecemos que a vida material presente que vivemos dura um piscar de olhos, e que portanto é iludirmo-nos quanto a ideia de que temos o tempo todo que provermos a nós mesmos, quando na verdade já temos muito espiritual e materialmente?!; por um acaso já entendemos que, também, é necessário nos abstermos de estar sempre suprindo uma falta material em nossa vida, que é quando poderemos estar exercitando a ausência de algo por algum tempo, e que necessário é que nos guardemos dos excessos?! E que podemos abrir mão de termos algo do qual não precisamos realmente?! Aspectos espirituais e aspectos materiais da doação em equipe ou sozinhos precisa começar a ser consciente e responsavelmente pensados finalmente para concluirmos se estamos mesmo sendo trabalhadores de Jesus, ou se estamos praticando barganha, ou auto-promoção, ou auto-compensação pelos préstimos de doação de nós próprios a que fomos movidos a realizar. Não transformemos em "demanda" nossas necessidades e caprichos no momento sagrado de doação ao próximo. As necessidades das pessoas e de grupos sociais que chegam à casa espírita, bem como as de fora da casa espírita que buscamos encontrar para lhes levar algo benemerente, já são demandas existentes para serem atendidas pela casa espírita e por nós, essas são as verdadeiras demandas, e essas são as verdadeiras necessidades que precisamos sentir em nosso coração, a necessidade de nos doarmos a estes próximos vem do sentimento de dor e comoção que se desenvolve dentro de nós por aqueles que sofrem material e espiritualmente, impulsionando-nos a ações verdadeiras de "socorro", levando-nos automaticamente a de fato nos preocuparmos com essas pessoas (e a espíritos necessitados também em comparecimento às reuniões mediúnicas), e só lembraremos de nós, de nossas necessidades quando tivermos já saído do ambiente de trabalho voluntário no Bem, é quando então atenderemos a nós.
"Não estão eles à procura de claridade divina para o coração.". Aqueles que procuram atender as próprias demandas nas realizações de benemerência da instituição religiosa que representam não estão à procura de "claridade divina", pois não sentem essa busca como necessidade, já que se encontram e se sentem na própria zona de conforto, apenas comportando-se como um tipo de vampiros espirituais sem se darem conta. São estes os que, como dito antes, pensam em si mesmos primeiro antes, durante, e após, uma realização fraterna. Portanto essas pessoas já estão se dando ao que julgam necessitar, já estão recebendo o pagamento, a compensação, que foram buscar nas realizações de "caridade", não havendo, pois, o que receberem dos Céus a recompensa do verdadeiro trabalhador da vinha do Senhor.
"Apenas disputam louvor e destaque no terreno das considerações passageiras. ". Eis uma das demandas, e ao mesmo tempo, uma das formas de pagamento pelos préstimos realizados na casa religiosa, ou em nome da casa religiosa em lugares externos. Objetivando serem notados, reconhecidos, e venerados, e conseguindo alcançar tal reconhecimento e louvor, já receberam o que buscavam, e continuarão recebendo enquanto ali se encontrarem na lida de caridade religiosa, porta esta aberta pela própria instituição religiosa à qual são devedores, em primeiro lugar, por esta oportunidade de trabalho no Bem que lhes foram dados. Não reconhecendo a casa religiosa como a oportunidade de trabalho espiritual que se abre pelos menos favorecidos disputa dentro dela outras portas que não lhe compete. Pois o verdadeiro trabalhador inflama seu coração agradecendo à Jesus, à Deus, à Nossa Senhora, pela oportunidade de ser útil, e se pergunta, examinando sua consciência, se por acaso naquele dia de trabalho caritativo foi de fato um bom trabalhador de Jesus, ou se faltou moralmente em algum aspecto e momento do trabalho, cobrando-se conduta melhor nas próximas oportunidades semanais de atividades de doação ao próximo.
"Analisando as letras sagradas, não atraem recursos necessários à própria iluminação e, sim, os meios de se evidenciarem no personalismo inferior.". As "letras sagradas" trazem o roteiro do caminho correto que necessitamos como seres carentes do que ainda não temos, ou que possamos ter mal formadamente, para alcançarmos o verdadeiro crescimento espiritual, e com isso, nos tornarmos cidadãos cósmicos nesta vastidão do Universo em que habitamos. Enquanto ainda continuarmos sustentando o apego por valores morais temporais (ilusórios, portanto, de sustentação do personalismo) aplicados a todos os campos da vida, e sustentado este apego por nossa vida inteira até o momento presente que se vive, não conseguiremos nos apropriarmos dos altos ensinamentos divinos e eternos, não estaremos nos habilitando a sermos cidadãos cósmicos, pois ainda, não estaremos participando e co-participando da ascensão da Terra a planeta de regeneração, e sim nos candidatando a sair dela! Os "recursos necessários à própria iluminação" não estão sendo, neste caso, buscados nas leituras sagradas trazidas pelos Benfeitores Espirituais, e portanto, nem mesmo identificados quando malmente com eles se estabelece contato, seja nas palestras públicas, seja no Evangelho público ou no lar, seja na reunião mediúnica, seja em que situação for dentro ou fora da casa espírita ou religiosa na qual se tenha contato com os ensinamentos do Evangelho do Cristo Jesus. Esta conduta de indiferença de alguns trabalhadores da vinha do Senhor é a expressão do próprio caráter mal formado, e portanto, ainda, sequer burilado pelo esforço próprio ao longo do tempo de lida religiosa por falta mesmo de interesse, esse comportamento é o que Emmanuel se refere como "personalismo inferior". Dessa forma os maus trabalhadores da vinha do Senhor, embora estejam usurpando contemporaneamente os direitos legítimos dos verdadeiros trabalhadores que com eles ombreiam coletivamente o trabalho aos que buscam serem socorridos, não usurparão o salário que será entregue ao final da jornada, pois a jornada a que se refere Jesus Cristo é o período encarnatorio em que os usurpadores se encontram no plano físico vivendo seus próprios personalismos. Tenhamos os olhos de enxergar a realidade para conseguirmos ver como ela realmente é, a fim de que o personalismo dos que não estão evangelizados cristãmente não estrague o trabalho coletivo ou individual em nome de Jesus e da casa religiosa pela qual atende, eis o "personalismo inferior". Pois um personalismo melhor é aquele personalismo dos que estão se esforçando há tanto tempo em suas vidas para se tornarem pessoas melhores, e que de fato conseguiram alcançar algum progresso nesse campo moral, esses são os verdadeiros cristãos, que ao mesmo tempo que procuram se tornar pessoas melhores também realizam o legítimo trabalho de caridade aos que precisam. Resta a nós também começarmos a desenvolver a tal observação ao mesmo tempo que imparcial também cristã sobre nós mesmos, já que precisamos realizar o exame de nossa consciência todos os dias, nos tornando assim pessoas mais conscientes a cada dia.
"Combatem os semelhantes que lhes não adotam a cartilha particular, ...". A "cartilha particular" é o modo próprio de ver e conduzir a própria vida, impondo ao coletivo de trabalho terrestre de "caridade" ao próximo tal visão individualista. Portanto a "cartilha particular" é um capricho pessoal daqueles "personalistas" que obrigam os demais trabalhadores de Jesus a por em prática, assim envergando estes trabalhadores com os quais se coletiviza o trabalho de benemerência, expressando-se assim tal contexto no cotidiano como uma forma prática de personalismo de alguém que todos se obrigam a viver, com relação a tal contesto instituído informalmente ao qual não se aceita, o referido personalista, nem mesmo opiniões contrárias como sugestões de melhorar o trabalho, e não se aceita críticas, pois tudo tem que sair conforme sua própria visão de mundo, julgando o personalista que seu modo de ver as coisas é correto, e até perfeito; pior ainda é quando existem dupla, tripla, ou mais, de personalistas que pensam e agem da mesma forma, levando o restante da equipe a mesma subjugação, é o que chamamos de "panelinha". Qualquer um de nós pode se tornar líder de uma atividade, ainda que não sejamos o dirigente propriamente, e bem como podemos ser o próprio dirigente, seja como for, em todos os casos, o personalismo necessita ser percebido por nós em nós mesmos, por meio da observação sincera e silenciosa, vindo a dividir com a equipe de trabalho como podemos ser melhor, que opinião sincera e sem medo os membros têm sobre nossa conduta. O espírita, ou o religioso de outra religião, procedendo de forma personalística e totalitária, mostra-se uma pessoa materialista e não evangelizada, impondo a todos uma realidade criada por sua própria mente e coração, em função da ilusão de uma realidade social absorvida por sua história de vida e formação de caráter, esquecendo assim do Evangelho de Jesus, que ensina-nos o distanciamento da realidade material tão deformada, pois criada pelos homens tão imperfeitos no caráter.
"..., atiram-se contra os serviços que lhes não guardam o controle direto, não colaboram senão do vértice para a base, não enxergam vantagens senão nas tarefas de que eles mesmos se incumbem.". O trabalhador na seara de Jesus que sustenta dentro de si o "personalismo inferior", que é o personalismo contrário ao Evangelho Dele, Jesus Cristo, não aceitando senão somente sua própria forma de entender como deve funcionar o andamento de um trabalho de caridade, menospreza o trabalho de caridade de outras equipes da casa religiosa que frequenta, e como se não bastasse, como consequência, exterioriza essa sua forma de ver a realidade, expondo defeitos que talvez somente ele veja no trabalho do grupo alheio de tarefeiros, seja como for, existindo ou não tais defeitos nunca contribui positivamente com os outros grupos de trabalho para que venham a melhorar, e nem mesmo enxerga defeitos no trabalho de seu próprio grupo de tarefeiros, e de seu trabalho individual. Essa pessoa tão personalista cria assim um abismo entre ele e seu trabalho e os outros trabalhadores da casa e os respectivos trabalhos que animam a cada dia, cria também desavenças. Só entendem estarem colaborando com o trabalho das outras equipes de tarefeiros se for para despachar ordens com o intuito de modificações permanentes, e não temporárias. E não aceitam de outrem de dentro da instituição religiosa uma atribuição de tarefas, mas apenas as tarefas que julgam a si mesmos estarem a altura e capacidade, pois assim jamais se sentirão inferiorizados, diminuídos, e "mandados" fazerem algo, entendendo que mandam a si mesmos tão somente.
"Estimam as longas discussões a propósito da colocação de uma vírgula e perdem dias imensos para descobrir as contradições aparentes dos escritores consagrados ao ideal de Jesus.". Eis a "colocação de uma vírgula", seja nas mensagens trazidas pelos Espíritos Superiores, que encerram altas lições morais, seja um texto doutrinário escrito por um estudioso e militante espírita, seja um texto escrito por Allan Kardec, esta atitude de querer modificar o conteúdo destes textos é na quase totalidade das vezes uma prova de "personalismo inferior"! Em todos os casos o próprio Allan Kadec nos alerta para a necessidade de analisar o conteúdo da mensagem (no caso ditada espiritualmente), e o mesmo se aplicaria aos textos escritos por militantes espíritas, mesmo consagrados, e até mesmo sobre os textos escritos por Allan Kardec; esta análise a que nos chama Kardec sem dúvida nenhuma que deve obedecer aos critérios da mais alta moral, conhecimento de todos os fatores que envolvem a experiência mediúnica, e com a leitura de cientificidade, de qualquer modo é uma prova de responsabilidade e maturidade daqueles que se prestariam a analisar qualquer tipo de texto espírita dentre os acima citados buscando nas obras básicas da Codificação Espírita o capítulo onde Kardec apresenta todos os critérios para analisar uma mensagem mediúnica. Mas o que nos quer mostrar Emmanuel nesta sua mensagem é o "personalismo inferior" dos que, envolvidos num estudo doutrinário, querem modificar os ensinamentos doutrinários de acordo com seus próprios caprichos e melindres pessoais, e pré conceitos, estas duas molas da inferioridade moral do pretenso crítico dos textos espíritas nada mais é do que a expressão da falta de conhecimento destas pessoas, que não percebem também que não lhes pertencem a Doutrina Espírita, e sim a Doutrina Espírita pertence a Deus Pai. Emmanuel aqui está falando dos "maus" espíritas que temos condição de compreender que são aqueles que não vivem o Evangelho de Jesus, mas procuram adequar o Seu Evangelho a sua realidade terrena e temporária, por mais que sejam doutos em conhecimento doutrinário espírita, pois tal elevada condição intelectual não significa que saiba tudo, e nem mesmo que tenha uma moral tão digna.
Vê-se em palestras públicas os palestrantes corrigirem alguma coisa, adulterando o sentido verdadeiro da mensagem trazida pelo Espírito Superior de que se utiliza para a explanação, quando da abordagem de um tema num dia de palestra pública. A mesma invigilância moral se observa em grupo de estudos que é um espaço permissível a uma polêmica, e até mesmo em outras ocasiões de encontro público, e mesmo fechado (atividades fechadas ao público na casa espírita) em que os seareiros da casa espírita se encontram para uma tarefa específica no qual se faça uso da leitura espírita, como a reunião mediúnica, ou atividade de passes, por exemplo. A colocação de uma vírgula, de um ponto, sejam considerações pessoais do espírita que está analisando um texto psicografado, colocando em cheque até mesmo a idoneidade moral e também a qualidade da mediunidade do médium por meio de quem o texto espiritual chegou ao plano físico. Não há problema nenhum em discordar deste ou daquele texto mediúnico, que encontramos em livros espíritas, ou em psicografias recebidas na mesa mediúnica, afinal devemos dialogar de fato com esses textos, buscando ao tempo que necessitamos em dias de nossa vida, o esclarecimento de tais lições, o problema é "adulterar" o sentido das lições trazidas num texto mediúnico que são apresentadas em uma destas fontes acima lembradas. Quando o espírita adultera com suas reflexões de melindre disfarçado ele está sendo personalista, levando assim os seus ouvintes, os que já se encontram em descuido por meio da confiança e afetividade cega por aquele que ouve, à falta de vigilância, por conta das aparências envernizadas do momento, a um caminho errado de aprendizado espírita, e assim, ao invés de aprender o certo aprende o errado com aquele que explana. Os infelizes espíritas que se deixam levar pelo "personalismo", praticando a "adulteração" dos textos mediúnicos não se apercebem quanto ao próprio comportamento, encerrando que "não o fazem por mal", se por ventura forem apontados por alguém do grupo.
"Jamais dispõem de tempo para os serviços da humildade cristã, interessados que se acham na evidência pessoal.". O "serviço da humildade cristã" é o serviço realizado diretamente junto aos necessitados do plano físico e do plano espiritual, com desinteresse total de qualquer tarefa de mando, e de posição de destaque, de reconhecimento dos que trabalham em conjunto na mesma tarefa e dos que recebem a beneficência, que se comove com o sofrimento alheio e com total direcionamento pelo coração que reclama com grande amor pela necessidade de servir, de amparar, e aspira pelo reconhecimento de Jesus Cristo e nada mais. É a tarefa sendo realizada diretamente à clientela que busca auxílio, várias são as tarefas existentes na casa espírita nas quais os espíritas atuam diretamente, tarefas simples e de grande importância (servir o copinho de água fluidificada, estar à porta indicando o momento do passe, entregar folheto de mensagem fraterna na entrada ou saída da casa espírita, ..., arrumar as cadeiras do auditório, do salão, da sala de passes, ...), e também tarefas mais complexas (atendimento fraterno, palestra pública, passes, atividades fraternas à coletividade carente, ...). O verdadeiro trabalhador do Cristo Jesus comoverá até mesmo os menos sensíveis à verdadeira causa da Eternidade nas realizações coletivas de doação ao próximo pelo exemplo despretensioso, e pela viva humildade de se doar, exemplo de evidência pessoal. O orgulho e vaidade são os companheiros morais dos menos sensíveis, dos que valorizam a "evidência pessoal" em qualquer intensidade e raio de alcance, essas pessoas estarão bebendo da água viva do Bem por meio do exemplo do verdadeiro trabalhador presente na seara de trabalho sem se darem conta, mas de qualquer forma essas pessoas personalistas estão buscando serem pessoas melhores, pensando que estão buscando esse progresso quando na verdade estão apenas andando em esteira, mas entretanto, continuando sempre na retaguarda moral daqueles aos quais direcionam mandos e advertências.
"Encontram sempre grande estranheza na conjugação dos verbos ajudar, perdoar e servir. Fixam-se, invariavelmente, na zona imperfeita da humanidade e trazem azorragues nas mãos pelo mau gosto de vergastar.". Ajudar, perdoar e servir fazem parte do rol das nobres virtudes que Jesus Cristo espera de nós, e que os Benfeitores Espirituais se esforçam para fazer com que nos encontremos com elas no roteiro da vida material. O melhor exemplo é, e sempre será, Jesus Cristo, que sendo o Governador do planeta Terra nunca negou a "ajuda", o "perdão", e o "servir". Infelizmente não somente alguns dos trabalhadores das casas espíritas que se encontram em posição de mando que sustentam o distanciamento destas três virtudes, mas também os trabalhadores de qualquer outro "degrau" de trabalho na casa espírita. A casa espírita não pode ser tratada pelo personalista como mais uma repartição pública ou privada da realidade social, por causa de condutas morais que são praticadas igualmente em qualquer lugar, mas sim deve ser considerada e reconhecida como um lugar de reflexão moral para o progresso daquele que pensa, que reflete, entendendo que essa introspecção precisa ser estendida as outras repartições da sociedade onde se encontre para viver sua vida social, e assim elevará o nível moral das relações de trabalho e de comunidade, contribuindo para o progresso moral dos que fazem parte destas realidades. A casa espírita não deve ser um lugar de disputas e de projeção de personalidades e competências, mas sim um lugar em que procuramos aprender a esquecer de nós mesmos para pensar e agir em prol dos outros primeiro, bem como procurar absorver valores morais que vão fazer com que nos tornemos pessoas melhores, e assim mais próximos de Jesus Nosso Mestre. Infelizmente as tendências negativas aqui apontadas remetem ao que quer dizer Emmanuel, trata-se do personalista que, por assim ser, situa-se no campo ilusório e temporal da "zona imperfeita da humanidade", ou seja, zona da vida dos que ainda sentem a necessidade de viver a vida material sem se preocuparem com a própria evolução moral, vivendo o que a vida ilusória tem para oferecer, e essa é a zona de conforto do personalista.
"Contendem² acerca de todas as particularidades da edificação evangélica e, quando surgem perspectivas de acordo construtivo, criam novos motivos de perturbação.". Contenda de todos os tipos, bem como a discórdia, que é um tipo de contenda, e com as contendas vêm formas agressivas mais ou menos sutis de impor a verdade particular. Contendas por causa da discordância sobre o modo como desenvolver esta ou aquela atividade na casa espírita, e mesmo por causa de más interpretações, maus julgamentos, a respeito deste ou daquele trabalhador da casa. Contendas a respeito dos ensinamentos contidos nos ensinos dos Espíritos Superiores. Ao invés de contendas é necessário que os trabalhadores da casa espírita procurem ser menos personalistas e mais evangelizados, lembrando que o objetivo do espírita é seu progresso moral, e que portanto estar na casa espírita para qualquer que seja a atividade o objetivo será o seu auto policiamento de suas más tendências para que consiga evitá-las, assim poderá levar esse treinamento para as experiências de vida em outros setores da vida. Cada um querendo fazer do seu jeito o trabalho doutrinário é fugir do espírito de coletividade e união em prol dos objetivos espíritas que precisam ser os mesmos objetivos de Jesus Cristo. Precisamos ter o pensamento crítico e discordar sim, mas que isso seja levado pela equipe seareira para casa como uma oportunidade de compromisso de estudo em casa, e ao mesmo tempo para dar início coletivo ao estudo doutrinário sobre o aspecto apontado como discordante dentro dos ensinos doutrinários espíritas, dessa forma a contenda gerada pelo personalista será desfeita, pois, com o estudo coletivo a verdade será identificada, e o personalista aprenderá mais tanto quanto o restante da equipe.
"Os que se incorporam ao Evangelho Salvador, por espírito de contenda, ...". O "espírito de contenda" é manifestado em diversos níveis, de diversas formas. Com espírito de adversidade, com espírito de guerra, já intencionando empunhar a arma da língua para atestar seu ponto de vista como certo em detrimento da Verdade contida nas mensagens do Evangelho e de outras obras da Doutrina Espírita. Isso é adulterar as lições de Jesus Cristo e dos Espíritos Superiores. Francisco Cândido Xavier também deixa bem claro a respeito disso, dizendo que as trevas encontram brechas no coração dos que estudam e ensinam a Doutrina de Amor do Cristo Jesus, e assim, os palestrantes, dirigentes de estudos doutrinários e de mediúnico, e de outras atividades cristãs, se prendem a determinado assunto doutrinário espírita trazido à luz pelos Espíritos Superiores, colocando cada qual seu ponto de vista, e transformando isso num campo de batalha pela razão ao ponto de vista apresentado, e assim extravasam o orgulho, a vaidade, o egoísmo, o endeusamento, ..., em detrimento do objetivo central do Espiritismo que é a prática do Bem e da caridade verdadeiras em todas as suas nuances, vivificando esse Bem e exemplificando o Evangelho de Jesus, contagiando as pessoas por toda parte a também quererem se doar ao próximo, transformando assim o mundo.
"Palavra e Exemplo
O pessoal anda muito dispersivo... Ninguém, consegue indicar um caminho que não conhece. A discussão em torno de certos pontos doutrinários é artimanha das trevas, para desviar-nos a atenção do essencial. Precisamos nos preocupar em dar melhores exemplos. A palavra que brilha na tribuna, muitas vezes, não passa de moldura iluminada... A verdadeira eloquência é a das atitudes concentradas no bem - do bem que arregaça as mangas e transforma o mundo, através das mãos de quem o pratica." Francisco Cândido Xavier. (Livro Orações de Chico Xavier)³
E como continua dizendo Emmanuel em sua presente mensagem: "..., são dos maiores e dos mais sutis adversários do Reino de Deus.". Adequar a significação das palavras do Evangelho aos interesses pessoais, vaidade e visão de mundo particulares, procurando empregar essa deturpação interpretativa ao cotidiano da casa espírita e do Espiritismo, são práticas inimigas do "Reino de Deus", portanto, inimigas de Jesus Cristo. Usando assim o Espiritismo para gerar contendas de todo tipo entre os trabalhadores da casa espírita, gerando melindres, inimizades, e até o afastamento de pessoas que assim foram alvejadas. Ou seja, aqueles que adequam o Evangelho de Jesus a sua visão de mundo, discordando e não aceitando outras ideias e sentimentos, esquecendo que são devedores ao Plano Maior, aos Espíritos Superiores que trouxeram os ensinamentos de Jesus em versão moderna, estando a intelectualizarem-se ao invés de evangelizarem-se, e evangelizar com Amor todos ao seu redor, assistidos ou não da casa espírita, estão se posicionando com ingratidão a estes seres superiores, deixando de perceber que todo o conhecimento espírita que adquiriram foi através do Plano Maior, e deste dependeram e dependem ainda hoje. Nós precisamos ser gratos e humildes aos Espíritos Superiores por todo o conhecimento que nos trouxeram até hoje, e continuarão nos trazendo. Qualquer contenda iniciada por causa de um ensinamento trazido pelos Espíritos Superiores deve ser sanada pelas obras básicas da doutrina Espírita (pentateuco kardequiano), e pelas obras contemporâneas psicografadas não por este ou aquele médium, mas pelo conjunto de médiuns que tenham recebido mensagens dentro do mesmo tema em colóquio discordante, em iniciativa de se abrir um grupo de estudo sério sobre o objeto de contenda.
"É indispensável a vigilância do aprendiz, a fim de que se não perca no desvario das palavras contundentes e inúteis.". O personalista, mesmo sendo um doutor nos conhecimentos doutrinários, é ainda aprendiz. Por mais que os envolvidos em uma discussão cheia de contrariedades sobre determinada lição trazida pelos Espíritos Superiores tenham uma grande bagagem doutrinária espírita geral ou específica de modo algum sabem toda a completude da Lei Divina relativa ao objeto de discordância, dependendo, pois, tais pessoas, do conhecimento que os Espíritos Superiores trazem para a Terra ao plano físico por meio mediúnico. Lembremos dos temas futuros ainda não abordados por estes Seres de Luz, pois ainda, conforme a Humanidade avança em evolução na Terra novas revelações celestes são trazidas a todos. Por mais que um espírita tenha conhecimento doutrinário jamais poderá se sentir grande conhecedor, mas sim um aprendiz que se localiza infelizmente ainda e apenas no campo intelectual dos ensinamentos aprendidos. A humildade e gratidão é tudo o que o espírita precisa trazer dentro de si perante os Espíritos Superiores reconhecendo sua real posição na Terra, e dando-se conta de que os Espíritos Superiores a tudo testemunham sobre o que ocorre dentro das casas espíritas, e assim com a humildade e gratidão procurará realizar a caridade com o coração, enriquecendo-se cada vez mais dos ensinamentos celestes.
"Não estamos convocados a querelar e, sim, a servir e a aprender com o Mestre; nem fomos chamados à entronização do “eu”, mas, sim, a cumprir os desígnios superiores na construção do Reino Divino em nós.". Discutir sobre os aspectos dos ensinamentos doutrinários espíritas trazidos pelos Espíritos Superiores é "querelar" diante da imensidade do trabalho do Bem que os espíritas vêm tendo a oportunidade de realizar na Terra, e que Jesus Cristo e os Espíritos Superiores vêm esperando de nós. As discussões intelectuais sobre aspectos dos ensinamentos doutrinários de fato é uma briga de "orgulhos e vaidades", vence quem tiver maior astúcia argumentativa, e não quem tem razão de fato, maioria das vezes, e assim é na verdade uma briga intelectual de personalismos, briga por pontos de vista diferentes de fato, brigam os interlocutores por si mesmos, e não pela causa do Cristo Jesus, não pela causa da implantação do Evangelho de Jesus na Terra e em nossos corações, são pessoas que dão vida às "querelas", e machucam o próprio coração, bem como a do adversário. Emmanuel nesta parte de sua mensagem nos quer mostrar que grande maioria dos espíritas estão se desviando dos objetivos celestes trazidos pelo Espiritismo, não estão vigilantes sobre si mesmos, mas policiando o seareiro próximo em plena realização de suas atividades cristãs envolvidos que são em seus próprios pensamentos doutrinários, personalistas que estão perdendo o "rumo certo" da jornada evolutiva que o Espiritismo mostra como segura e verdadeira, eis o aleta de Emmanuel, e assim essa grande maioria está indo no sentido do "rumo errado", vindo a se situarem no futuro como espíritas fracassados no plano espiritual, implorando por nova oportunidade encarnatória no campo da seara espírita, e seara espírita é na verdade além das paredes de uma instituição espírita, a seara espírita é o mundo e o coração das pessoas.
--------------------------------------------------------------
¹ DEMANDA:
- Manifestação de um desejo, pedido ou exigência; solicitação.
- Criação de algo que para a qual exige atenção em seu atendimento.
- Debate polêmico; discussão; contestação; briga; discórdia.
- Pergunta, indagação.
² CONTENDA:
- Luta, combate, guerra;
- Altercação, rixa, discussão, discórdia.
³ BACCELLI, Carlos A.. Orações de Chico Xavier. 1ª ed., 2003, p. 25.
Significações extraídas de dicionários eletrônicos na internet.
--------------------------------------------------------------
Em poucas palavras:
Nunca fomentar discussões discordantes e/ou influenciáveis com o intuito de mudar a direção das realizações dentro da casa espírita, com intuito ainda de promoção pessoal, ou ainda, para resolver problemas de desafetos e/ou insatisfação dentro da casa espírita. E sim priorizar o exercício da vivência dos ensinamentos evangélicos que se constitui no crescimento espiritual, ou seja, na transformação interna, e na doação espontânea ao próximo sendo os indivíduos, famílias, e às coletividades sociais, procurando extrapolar as paredes das instituições espíritas, provando assim que de fato aprendeu e continua aprendendo o Evangelho do Cristo Jesus, vivendo uma verdadeira transformação espiritual transcendendo as instituições espíritas que nada mais são do que escolas formais materializadas na Terra para o aprendizado celeste, sendo as verdadeiras testemunhas os Espíritos Superiores e Jesus Cristo. As discordâncias que surgirem que sejam encaminhadas para o início de estudo doutrinário coletivo a ser desenvolvido na casa espírita pelos membros envolvidos, não com o objetivo de convencer, mas sim de todos aprenderem a Verdade contida nos ensinamentos doutrinários.
--------------------------------------------------------------
Respeite os direitos autorais desse blog!
Lei Federal nº9.610.
Toda a reprodução é permitida,
desde que respeitada a fonte de origem.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Escreva seu comentário !!!
OS COMENTÁRIOS AGORA ENTRARÃO NO MOMENTO DA PUBLICAÇÃO.